O presente documento de aprendizagem apresenta o desempenho de unidades sanitárias avaliadas em três ciclos consecutivos com recurso à Monitoria Liderada pela Comunidade, e as respectivas oportunidades de aprendizagem. Não obstante muitas das unidades sanitárias terem registado um desempenho positivo, a maior parte apresentou-se numa posição estacionária entre o 2º e o 3º ciclos, significando que as intervenções em curso têm estado a resultar, beneficiando a maioria das pessoas vivendo com HIV (PVHIV). Neste sentido, os ganhos conseguidos devem representar um estímulo para que os esforços de correcção das anomalias continuem, de modo a garantir que os objectivos da melhoria da qualidade e humanização dos cuidados de saúde sejam atingidos.
A confidencialidade continua a representar um desafio na dimensão de prestação de serviços. A seguir destacam-se os Métodos Diferenciados de Saúde, dentre os quais, a Abordagem Familiar é a que precisa de especial atenção. Em relação à dimensão de Apoio Psicossocial (APSS), o indicador referente à revelação do estado serológico à família e à comunidade, junta-se aos restantes em termos de pontuação negativa. Com efeito, a questão do estigma representa um dos maiores, senão o maior, desafio no combate ao HIV/SIDA, impactando negativamente o tratamento e, em última instância, a qualidade de vida das PVHIV. A análise das barreiras enfrentadas pelas PVHIV mostra que o indicador relativo à falta de privacidade nas salas de consulta observou, após o 1º ciclo (17%), um recrudescimento no 2º (26%) e 3º (24%) ciclos. Ainda, na dimensão dos serviços de tratamento antirretroviral (TARV), a barreira sobre o receio e insegurança em relação ao modelo da Abordagem Familiar (1 ciclo: 15%, 2º ciclo: 20%, 3º ciclo: 11%) é outro que merece atenção, não obstante os ganhos obtidos no 3º ciclo. Nas barreiras ligadas aos serviços APSS, farmácia e conhecimento, destacam-se a falta de informação sobre carga viral (1º ciclo: 10%, 2º ciclo: 8%, 3º ciclo: 13%), medo de estigma e discriminação (1º ciclo: 8%, 2º ciclo: 10%, 3º ciclo: 9%) como aquelas que devem ser tratadas com maior dedicação a bem do sucesso da resposta à pandemia do HIV/SIDA.
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